Cultura da providência é antídoto para a cultura da indiferença, diz Papa

 em Papa Francisco

SEGUNDA-FEIRA, 30 DE MAIO DE 2022, 9H41 

Francisco recebeu no Vaticano os membros da Família Calabriana

Da redação, com Vatican News

Foto: IPA/ABACA via Reuters

Na manhã desta segunda-feira, 30, o Papa Francisco recebeu os participantes no Capítulo Geral dos Pobres Servos e das Pobres Servas da Divina Providência, membros da Família Calabriana, que vivem o carisma suscitado por Deus a São João Calábria.

O Pontífice iniciou seu discurso comentando o tema escolhido para o Capítulo: “A profecia da comunhão”. “Nossa comunhão nasce e se alimenta antes de tudo na relação com Deus Trindade; se manifesta concretamente na fraternidade, no espírito de família, que é também típico de seu carisma, e no estilo sinodal que vocês abraçaram em plena harmonia com o caminho de toda a Igreja”.

Confiança na Providência

“Segundo o seu carisma vocês são chamados a fazer renascer no mundo a fé em Deus Pai e o abandono filial à sua providência”, disse o Santo Padre. Depois de recordar a vida pública de Jesus em suas pregações o Papa acrescentou:

“Foi assim que Jesus viveu, totalmente imerso na vontade do Pai, e toda sua missão teve como objetivo nos trazer para esta relação filial, que tem como traço essencial a confiança na Providência: que o Pai nos conhece melhor do que nós mesmos e sabe melhor do que nós, o que precisamos”.

Em seguida, Francisco frisou aos presentes que eles foram “fascinados” por esta dimensão essencial do mistério de Cristo. Seguindo os passos de São João Calabria, “vocês a seguem e a testemunham e querem fazê-lo na companhia dos mais pobres, dos últimos, dos descartados da sociedade, que são suas “pérolas”, como os chamava, seu fundador São João Calábria.

Os passos indicados por São João Calábria

“Don Calabria, como todos os santos, foi um profeta. Deixou-lhes um grande legado e vocês devem preservá-lo. O caminho que vocês tomaram e estão seguindo hoje nada mais é do que reler o caminho que Deus lhe indicou: um homem inserido na Igreja de seu tempo, que soube responder às necessidades indo às periferias, para manifestar o rosto paterno e materno de Deus”, destacou.

Contrastar a indiferença

O Santo Padre sublinhou então que cultivar, junto com os pobres, a confiança na providência divina faz dos membros da Família Calabriana artesãos de uma ‘cultura da providência’, que ele vê como um antídoto para a cultura da indiferença, infelizmente difundida nas sociedades do chamado bem-estar.

Com efeito, “a espiritualidade cristã da providência não é fatalismo, não significa esperar por soluções para os problemas e os bens de que precisamos caiam do céu. Não. Pelo contrário, significa tentar assemelhar-se, no Espírito Santo, ao nosso Pai celestial ao cuidar de suas criaturas, especialmente as mais frágeis, as menores”.

Segundo o Pontífice, a atitude do cuidado, é mais do que nunca necessária para contrastar a da indiferença.

Praticar o compartilhamento

Continuando seu discurso Francisco abordou a temática da partilha como parte essencial da “profecia da comunhão” sobre a qual caminham os carismas. Sugerindo que para isso deve-se antes de tudo recuperar certos valores explicando que é necessário “a mentalidade de quem parte o pão enquanto abençoa a Deus Pai, confiante de que esse pão será suficiente para nós e para nosso próximo necessitado”.

“Foi assim que Jesus Cristo nos ensinou no milagre de compartilhar – não de multiplicar – os pães e os peixes. Hoje precisamos de cristãos que sirvam a Providência praticando o compartilhamento”.

Por fim o Santo Padre recomendou aos presentes: “Tentem abrir-se cada vez mais para acolher a novidade e o estilo que Deus inspirou em todos vocês e sonhou para vocês. Que a mentalidade sinodal e fraterna esteja sempre presente no serviço das autoridades de suas Congregações e de toda a família Calabriana. Recordando: “Amem os pobres tornando-se pobres”.

O Pontífice animou a a todos afirmando: “Que isto lhes traga alegria: deem seu testemunho com simplicidade, com humildade, mas com coragem, sem mediocridade; e acima de tudo eu diria com um grande sentido de humanidade. Quanta necessidade temos de humanidade! Entre vocês e nas suas comunidades”.

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